Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, algumas Professoras do curso de Direito do Centro Universitário UNIFACIG responderam a três perguntas. Referências e importantes na promoção do papel e dos direitos da mulher, temos um enorme orgulho de ter estas estrelas em nosso time! Confira abaixo:
Em sua visão, qual a maior dificuldade vivenciada pela mulher na justiça brasileira?
Ana Rosa Campos: “A falta de políticas especiais para gestantes e ausência de adequação das rotinas de trabalho às mulheres que são mães. A dupla jornada me incomoda muito”.
Eliana Guimarães: “Igualdade de tratamento”.
Bárbara Amaranto: “Ao mesmo tempo que somos maioria, quanto ao critério populacional, somos minoria no que diz respeito à destaque e referência. Não pelo nosso potencial, mas por questões culturais. Quantas vezes não nos deparamos com uma mesa, em eventos jurídicos, aonde a composição da mesma é, se não na integralidade, composta por maioria masculina? Acredito que o maior desafio, não só na Justiça Brasileira, seja ocupar um lugar de fala aonde, embora tenhamos conquistado muito, não há uma situação de igualdade entre os pares. Somado a isso tem-se o fato de, absurdamente, sermos objetificadas”.
Camila Braga: “Não receber os créditos de suas próprias ideias”.
Milena Cirqueira: “Desigualdades salariais, a pouca representatividade política e a violência”
Você já sentiu alguma violência simbólica por ser mulher?
Ana Rosa Campos: : “Infelizmente sim. Dentro da polícia enfrento preconceito de colegas policiais que se julgam superiores por serem homens. Não raras vezes já ouvi piadas inconvenientes”.
Eliana Guimarães: “Acho q toda mulher já sentiu sim como preconceito, ciúmes etc”.
Bárbara Amaranto: “Diversas vezes. Ser mulher, jovem e atuar em uma das áreas do direito vista como uma das mais complexas e dominada por homens é desafiador. É necessário ter uma força e uma convicção sobre o seu papel e sobre o que está fazendo ali naquele momento para que os julgamentos de uma sociedade patriarcal não te descredibilize ou inferiorize. Uma situação em particular me marcou, na qual foi necessário que um homem repetisse tudo o que eu havia acabado de explicar para que o gestor de uma empresa prestasse atenção no que eu estava falando”.
Camila Braga: “Já sofri de mansplaining”.
Milena Cirqueira: “Assédio moral e preconceitos”
Andréia Mendes: “Sim, o tempo todo! Vivemos em uma sociedade “tradicional”; em função disso, há sempre essa necessidade de se manter a “ordem” social, por meio da naturalização da dominação masculina na sociedade”.
Uma mulher referência para você?
Ana Rosa Campos: “A vovó do Rock, Rita Lee”.
Eliana Guimarães: “Carmem Lúcia, ela nos representa quando fala que a desigualdade de gênero é uma violência contra mulher”.
Bárbara Amaranto: “Em primeiro lugar, minha mãe, que sabe com maestria e com doçura equilibrar as infinitas funções de ser mulher, mãe, trabalhadora. Quem deu o real significado para a palavra resiliência. Luiza Trajano, também é referência pra mim. Brasileira, advogada, gestora e uma das maiores acionistas do Magalu. Que empreendeu e transformou sua empresa em uma das maiores varejistas do país. Iniciou seus negócios em 1964, quando a mulher tinha infinitamente menos espaço do que tem hoje. Mas não só, me encanta, principalmente, a política interna da empresa de valorização e proteção dos direitos da mulher”.
Camila Braga: “Maria Lúcia Valadão – por conta dos projetos sociais que desenvolve na Casa da Esperança, em Ipatinga-MG, para acolhimento de pessoas com deficiências físicas e/ou psicológicas que tem como base o amor e o como diretriz o aprendizado recíproco“.
Milena Cirqueira: “Todas as que eu convivo diariamente e que me dão força e inspiração. São as comuns, como eu”.
Andréia Mendes: Marie Curie.